
leva-me para esse teu mar, caro amigo, caro jorge, estou em perigo. aqui os ventos pararam e não mais consigo voar. mas sei que soprada pelo vento que te infla a pansa, posso tentar. abro os olhos e deparo-me com as mesmas imagens que me fizeram rastejar. mas aí, como uma chuva no sertão, tu apareces. colorindo de vida os meus lábios, fazendo meus dedos gladiadores céleres. a poesia despida de maldade, enlaça teus cabelos e derrama-se por tua face. hoje a vida sorriu-me um pouco e foi de ti que ela arrancou esse sorriso. e a droga maravilhosa que és, faz-me sedenta de palavras tuas. no mar de ondas bravas e brancas espumas, boiará nosso pensamento. pensamento que só é nosso por nosso não ser. como diz o firmamento. e dançaremos, fazendo inveja às Damas e seus cavalheiros gloriosos. Molharemos de poesia os chãos. Suor onírico de festejosos corpos. Ah, obrigada! Hoje estou bem e a culpa disto em ti está carregada.