sexta-feira, 20 de abril de 2007

enfim.


sobraram as migalhas. eu corri, corri e corri, tentando beijar o ar com os cabelos soltos. ouvi um murmúrio tão barulhento quanto os meus pensamentos em brasa. continua, continua. não pára. e as minhas palavras cuspidas fluem como flores mortas, arrancadas das raizes. se eu pudesse, não pediria. drenaria o sangue para fora de mim e alimentaria tua fome de vampiro.

calçadas descalçadas. meus pés nus dançam sobre as bolhas róseas da minha pele. aperto os espinhos do cacto e nada, nada. as línguas queimam no chão derretido e eu grito e grito esperando ecoar a tua voz. lembra daqueles livros que me indicaste? ah, pequena, lê esse, é tão bom, me inspirou tanto. e eu, feito um cachorrinho adestrado, ia correndo -sim, correndo- pra livraria mais próxima comprar o maledeto. e sabe, nem sempre eu gostava. mas lia, lia até o fim. beijando o teu jeito amargo de dizer 'cretina'.

e a sina? a sina? acabou assim, do nada? não me convences. continua a foder com a tua vida, como sempre. e isso é tão bonito. tu és tão linda em toda essa tua feiura descabelada e com sorriso esvaziado. e o estômago? o strogonoff de soja? as berinjelas? o chocolate? oh sim! agora é só cerveja. i see. mas, meu deus, e o lítio? acabou? que bom, que bom. ou não.

pergunto, pergunto sim. só porque sei que tu provavelmente nunca vais ler e sequer dar-se-á o trabalho de responder. e como uma menina resmungona, eu diria ' não queria mesmo.' ah, btw, escrevendo pra ti, fodo com a minha vida. mas me dá poesia, sabe? "todo poeta só é bom se for triste". é tão verdade que lembra dele. dele que tem um Ela que dói tão lindamente nele quanto em mim.









ah, hunny bunny, deixa disso e vai foder com aquele homem-músculo, vai.
mas ó, a delicadeza, é comigo.

Um comentário:

Salve Jorge disse...

Vim de um mar negro..
Falar-te das marés
Mar és..
QUe há mares..
Tantos mares..
Singrei pelo Egeu..
Na ponta do mediterrâneo..
Após chorar desde as tristes ruínas de Tróia..
Até o salgado solo de Cartago..
Helenas e Didos perdidas com seus mares de lágrimas..
Mas transpondo esse pequeno grande mar
Uma ilha cercada de terras por todos os lados
Abro-me ao Atlântico
De margens inalcansáveis
Um oeano esse mar..
Ah, mar
QUe me atordoa com suas possibilidades
Ao mar..
Assim como o sinto o gosto do vento
Que me revolve os cabelos
Chicoteando nas costas
BEijo seus pensamentos
E direciono suas costas
Há mares..
Amares..
Pesares..
Chorosos..
E há mares..
Infindáveis..
De tão saborosos..
Com suas próprias sereias..
E novas histórias..