sexta-feira, 27 de abril de 2007

Para a musa que quis amar.


Hoje resolvi que não vou escrever pra Ela.


Não reclamo das minhas feridas que doem tanto sem que tu saibas. Nem das coisas que eu deixei de te dizer. Meus olhos de criança assustada fazem minha mãe chorar. Não chora, mamãe, não chora. Ela, então, colhe minhas lágrimas e planta um jardim tão bonito no quintal sujo. Não quis fazer isso, não quis te preocupar. Como eu poderia saber que não seria do jeito que todos queriam? É, eu não sirvo pra amar outra pessoa. Tayná, tu só és capaz de sustentar a vida de Aline. Enfim, sou é? não sei. Mas, poxa, eu tentei. Tentei ser o fio de cabelo preso nas tuas coxas, te protegendo do frio que eu não conheço. Tentei socar a minha cara várias vezes por não estar conseguindo. E desperdicei. Gastei tudo que podias ter entregado às moças tão geladas quanto tu. Olha, hoje a Lua tá tão bonita. Bati uma foto dela, escondida entre meus seios. Não, hoje eu não derramei por querer, tiraram de mim. Hoje não foi um dia bom, não foi. Queria um dia não querer mais nada. O cheiro de vida me faz espirrar. Naquele espaço existe algo alto demais para que consigamos escalar. Longe, corre. Me faz cuspir tudo que suguei de ti, faz! Beijo os pés do teu amor e agradeço por não ter sido a mais rara. Ah, o vento hoje contou-me coisas que não ias acreditar. " eles não fazem isso porque querem.", "ela tem que fazer uma lavagem", "esconda os remédios dela"... eles achavam que por estar de olhos fechados, eu estava domindo. Não. Eu nem durmo mais. Alguém quebrou aquele copo e eu bebi os cacos. Conte até mil e de novo, de novo, de novo. Faça um pedido ao vento que eu retiro do tempo tudo o que causei. Não há cura, musa, não há. Mas tu nunca me amaste, não do jeito que pensas amar. Não. Eu provavelmente não amei também. Mas é experimentando que se conhece o sabor. Quantas vezes já te mataram? É bom viver pra morrer, não é? Eu acho. Ma eu ainda acho que gostei demais de ti. Meu pretérito. Meu pretério mais que perfeito.

Um comentário:

poeta quebrado disse...

ah, tayná, eu queria te abraçar.

aparece, você sumiu e tá fazendo mal.

desculpa.