quinta-feira, 29 de março de 2007

1º DIA.

eu como meus próprios dedos.

terça-feira, 27 de março de 2007

underwater love.


palavras começam com uma frieza exata. não devia pedir desculpas mas meu tempo não me permite ver além do que meus dedos conseguem tocar. cada novo passo é uma alegria sendo cicatrizada. talvez dê pra levar, talvez não. só sei que não largo o fato de poder, agora, tê-la novamente ao meu lado. não do jeito que minhas entranhas pedem, mas tudo bem. o leite derramado invoca meu vômito. joguem fora o que vai perto. chamem um médico, ela está ficando azul. como as migalhas tentando buscar uma resposta. não tem mar nem muro. uma pena. eu também não, mas tenho asas. quebradas e lambidas. um suspiro a mais numa noite a menos. sorvendo lágrimas de prazer e mãos suadas. responde. como minha língua para calar meus pensamentos. é como outra linguagem penetrando meus sonhos. não acha lugar porquê não quer. luas adversas me mostrando um caminho que já sei. não é fácil acreditar que tudo mudou. quem me dera o que me tomaram? sobriedade em cada luva que não posso usar. febre de lucidez não me atinge. talvez no começo de uma vida eu estanque a saudade. corre por minhas veias e penetra meu ego solto. não se preocupe, amanhã o seu estará manchado de azul.
obrigada.

domingo, 25 de março de 2007

scheisse.


surgindo do que pode-se dizer uma aventura dos olhos. estou marcando meu espaço com beijos esparramados. não consigo mais voar sem triturar as armadilhas que cercam meus passos. os ratos não incomodam mais meu peito. os remédios caem como plumas no meu estômago e derreto-me em pequenas bolinhas brancas.

-como tu sabes que nada mudou?
-não consigo comer.
-pára de vomitar as entranhas...
-não dá pra viver assim.
-em outras línguas é mais fácil?
-só queria provar um gosto.
-o vinho estava envenenado.
-haha, too bad.


olhares clínicos e dentadas em sintonia. morde meu pescoço, fere meu âmago. sou tudo que o dia não podia. a rima velha vai corroendo o espaço entre nós. tudo torna-se pequeno, cápsulas. desce por mim que eu te guardo.

quinta-feira, 22 de março de 2007

as fases da lua de aline.

- hoje eu vi a lua.
- a minha casa estava vazia. porquê não veio?
- porquê ontem não tinha lua.
- nem estrelas.
- não gosto de estrelas.
- porquê?
- porque são muitas.
- qual era o nome dela?
- aline.
- bonito.
- não, comum.
- aline era comum?
- não.
- e bonita?
- mais que isso.
- eu tinha uma lua laranja.
- ela também. todas as noites.
- lá o mundo é azul.
- ela já escreveu isso.
- não é plágio.
- é continuação.
- eu sonhei com um abraço.
- só faltava uma ligação.
- no deserto dela tem mar?
- não.
- uma pena.
- talvez.
- mas ela não voa.
- não, não mais.
- aline morreu?
- aline é eterna.
- mas ela morreu?
- uma vez.
- ainda tá viva?
- não, hoje tem lua.

terça-feira, 20 de março de 2007

nem milagre nem mil lágrimas.


eu conhecia aquele cheiro. invadiu minhas narinas e eu fui ao céu mais uma vez. era tão cedo e minha vista começava a escurecer. não posso enganar corpos que não se encostam. talvez a música pare e eu possa dormir. serei tua até que eu renasça. tanto que nem sei o que dizer. cheiros que falam por mim quando calo a boca. queria ser uma gota de chuva, uma sombrinha, um protetor solar. as vozes continuam me chamando e eu lembro das ligações de madrugada e quando você dizia pra eu desligar. eu exclamava "sua chata!" e você ficava tão brava, prestes a desligar o telefone na minha cara. era tão bom, aquele medo que a minha mãe entrasse no quarto e me brigasse por estar acordada e no telefone. era lindo, poder ser idiota ao teu lado. afinal, é o jeito que mais gamas.tayná, cala a boca.

domingo, 18 de março de 2007

deite e exploda.


o relógio toca e eu vou embora. trocando as lâmpadas das minhas idéias. quantas taynás são precisas para trocá-las? não sei. dia e noite, noite e dia, o tempo é sempre o mesmo e meu cadarço está desamarrado. quero os teus dedos amarrando-se aos meus. don't you miss me? don't you miss me at all? eu queria sim que sentisses minha falta. uma palavra não faria mal. eu ainda lamberia tuas feridas. ainda esfregaria o vermelho caindo da tua boca. o quarto está apertado demais para a bola azul que ganhei. as ruas estão vazias de cor. esta canção em forma de prosa é pra te fazer viver mais um pouco. em mim o mundo acaba e renasce aos teus pés. uma flor que brota no prado doce do hoje. ela me pergunta se eu lembro do coração bom demais. e lembro, minha flor. mas eu sou assim e o sol já vai se pôr. eu fiz um poema pra você chorar. cair nos meus braços e nunca mais fugir. debaixo da água o silêncio dói mais. repito as palavras que caem dos meus olhos roubados. não sou sem a tua presença. não tenho culpa de não amar quem me ama. eu não sei mais o que pensar e meu vestido fica folgado. o enjôo e a pele cortada. sou carne no açougue. me coma.

quinta-feira, 15 de março de 2007

ik miss je.


é loucura demais, os certos diriam. mas quem pode prever quantas voltas o mundo pode dar? foram mesmo tuas últimas palavras pra mim. 'não diga adeus, o mundo dá muitas voltas'. e deu. encontro-me num estado de êxtase completo. querendo subir na paredes de tanta felicidade. sou completa novamente. sinto falta dela. estamos ligadas pela dor e brincando de mexer no nariz e fazer cócegas nas lágrimas. nossa, como estou leve. rabisco poesia até nos cadernos de física. deixas-me assim, sem razão. quero mais é me jogar fundo nesta banheira de saudade. encontro casa no teu abraço. ah, nina, estás aqui segurando minhas mãos, não estás? te sinto demais. quero deixar-te cuidar de mim. sentar do teu lado, desenhando estrelas e corações no ar, perguntando qual teu sorvete preferido. meu deus, como pedi para que aparecesses naquele dia. talvez tenha sido um sinal. não acreditava em destino mas apareceste na encruzilhada dos meus choros e brotaste um sorriso louco em meus lábios. sou toda tua, daqui pra frente. venha comigo que te levo aos céus, estrela.

segunda-feira, 12 de março de 2007

kill her later

raspem a pele até virar um pó feito o que a borracha faz com os rabiscos de lápis. lava o rosto e vai arrancando os olhos devagar. sinta o vermelho cair vagarosamente por teus dedos tortos. é tão encantador o mundo de cabeça para baixo. sentindo calafrios e subindo escadadas imaginárias. toquei o vento com uma flor sem pétalas e sobraram mortes em sequência. corte os braços e coma as mãos com talheres de prata. solte gritos húmidos de loucura seca. Regue os cigarros e plante bananeiras. o mágico tira uma cartola do meu coelho. se eu fosse willy wonka, morreria obesa.

domingo, 11 de março de 2007

a song to say goodbye

me despeço deste anel no meu dedo anelar esquerdo. quero distância daquilo que por hora me construiu. encontro-me só escombros e perco a chance de não mais viver. a primeira vez que morri tinha novíssimos dezesseis anos. por seguinte virei poeta zumbi que só sabia uivar para a lua com um reflexo de espelho quebrado. dentes separando as comida que me engasgava. poesia espalhada por minhas lajotas. dois aedos. teus cabelos de entropia enchem o meu quarto. sinto-me no perfume do teu caminhar e perco a noção do tempo. quero livrar-me da cor dos teus olhos vigiando meus passos. solto os cabelos na loucura do dia. quero que saia de mim o que restou de ti. rastejo em meu quarto tentanto abrir a porta com os dentes. sangro no vento doce de flores recém colhidas. passará devagar esta dor que me come os órgãos, mas passará. é hoje e amanhã e eu esqueço de não comer. amém.

sábado, 10 de março de 2007

i can't believe you did.

não acredito que você ainda existe. é feito parasita para me empregnar a dita saúde. não aguento mais ter de ver teu semblante lindo todas as noites. beijar teus lábios e lamber teus olhos que derretem até tê-los secos. porquê fazes isto comigo? tudo que fiz foi te amar. não peço nada em troca, apenas um obrigado . não consigo entender e são tantos nãos que pago pelos meus próprios pecados. acaba com a minha poesia célebre e me torna um breve cigarro na mão de pedreiros. oh princesa, dá um teco dessa saudade.

quinta-feira, 8 de março de 2007

tarde.



não aguento. as páginas passaram tão rápido que não pude engolir o pedaço de livro. nunca uma imagem doera tanto em mim. as ruas estão vazias, parece filme de faroeste. sei lá como escreve. hoje estou doendo muito para me preocupar com a gramática. céus, porquê há-de ser tão linda assim? porquê presentearam-me com um sonho tão lindo? ela chorou no meu abraço e eu disse que a esperava. porra, eu fui enganada pelo meu próprio ser. não aguento esses sonhos lindos que mais parecem pesadelos. sinto que não aguentarei mais um tapa desses. desatarei num falso laço e não mais aprenderei a falar. ouve a música que eu fiz pra você, é tão boba que nem sei por onde começar.sinta em mim a inocência desta que muito te amou. não é fácil aceitar que fui enganada. a dor do mundo cai sobre mim. meus olhos atinam fechar e eu dormi a manhã toda. ei, preciso de você. te ensinei a andar e derrubaste-me na hora da corrida. ah, o vento me contou um segredo que será para sempre só nosso. meus pés céleres destroem o chão de nuvens. caí num buraco e não sei mais levantar. os olhos cada vez mais tortos me avisam que a viagem está chegando ao final. eu devia mesmo era ter escondido-me nos escombros do muro que eu mesma derrubei. não fale alto demais, por favor.

quarta-feira, 7 de março de 2007

raindrops falling on my head.


ouço uma canção que vem de longe embalar meus sonhos. uma menina linda cantando baixinho pra tentar sumir com o medo. tentando esconder em suas notas um pouco desafinadas a dor que cai de seus olhos. uma dor tão transparente e bonita assim não devia pesar tanto, pensa. então chora mais. como foi que ela parou naquele lugar desconhecido, sem dinheiro e com um pirulito enrolado num papel porque a professora não a deixava comer doces na aula. ela seguia triste naquela rua onde nenhuma casa tinha um tapete de bem vindo. o vento soprava forte e perfurava seu rosto. feito cobertura de chocolate, ela desejava um abraço. totalmente onírico, tudo aquilo. é que falta alguém, minha querida, falta alguém.

terça-feira, 6 de março de 2007

let's find a place we both can hide.


pega as asas da defunta e voa pro meu abraço. bebe minhas lágrimas tão devotas, eu dou no seu vestido, o laço. canta pra mim, me carrega e me faz dormir. me diz que vai tudo ficar bem e que os fantasmas não aparecerão de novo. estou com tanto medo, acho que vou desligar a luz.
eu parei pra pensar e percebi que nunca consegui me concentrar de verdade. tanto que na hora em que eu relfetia sobre isso, pensava em qual vai ser a próxima vez em que irei para o cinema sozinha. não consigo mesmo prestar atenção. talvez venha daí o meu medo de aprender dirigir. quero mais é correr de noite, sentindo o vento cortar o rosto e pular alto quando um ônibus veloz passar banhando meu corpo de vento. ou lama. minhas costas doem, quero dormir no meu quarto de novo, pela última vez. sabe quando não se tem razão para acordar? pois é. isso mesmo, meu caro. é pretty boring dizer isso, mas é fato. e o que seria fato se não um pedaço de verdade tentando se desvencilhar da cobertura doce da mentira? sei lá. não é hora para ser uma pseudo-filósofa, tayná. ótemo, ela diria. quero mais que um abraço e flores, quero um pedaço teu desncendo por minha garganta. nossa! que violência! não, é que eu sou carnívora e sai de perto que não estou de dieta.

segunda-feira, 5 de março de 2007


i think you're divine.