
não despenteies meus cabelos
não desse jeito infantil
tu, que me arrancaste os pelos
morre hoje, nua e vil.
contra as páginas que só passam,
eu escrevi o teu nome
rasguei as linhas, uma por uma
fiz do meu sexo o teu homem.
deixaste nas ruas uma pegada
daquelas que nunca vi
meus pés não cabiam nela
meus pés só andam pra ti
corre pra além de mim
oh nefasta e indolente!
quero-me livre do teu desespero
não sou mais sol, só poente.
com pedaços de poeta quebrado
construo o mosaico da minha parede
cato o teu lixo e beijo os teus calos
ah, tu...
meu destino é mesmo este.
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