domingo, 15 de abril de 2007

foge.



não despenteies meus cabelos

não desse jeito infantil

tu, que me arrancaste os pelos

morre hoje, nua e vil.


contra as páginas que só passam,

eu escrevi o teu nome

rasguei as linhas, uma por uma

fiz do meu sexo o teu homem.


deixaste nas ruas uma pegada

daquelas que nunca vi

meus pés não cabiam nela

meus pés só andam pra ti


corre pra além de mim

oh nefasta e indolente!

quero-me livre do teu desespero

não sou mais sol, só poente.


com pedaços de poeta quebrado

construo o mosaico da minha parede

cato o teu lixo e beijo os teus calos

ah, tu...



meu destino é mesmo este.

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