sábado, 12 de maio de 2007

carta ao ego ferido.


Que pingue em mim o suor so teu esforço fingido. Caindo pela minha testa, queimando meus olhos, molhando minha boca seca de vida. Vá escorrendo e passe por entre meus seios, lugar onde é tua morada desde sempre. Que desça, parando no meu umbigo, mundo perdido que abriga todos os meus segredos murmurados pelos lábios brancos da angústia. Em minhas entranhas há garras forçando-as. Fazendo-me sorrir um riso desesperado. Contorço-me feito uma borboleta enjaulada. Redoma de vidro, platéia-zumbi. A dança macabra do meu sangue. Correndo feito louco, uma maratona! Afoguem o coração. Mãos de chumbo tentam meus olhos fechar. A rima pobre dos meus versos come o bicho dos olhos teus. Tiro-te a vida, tiro-te a beleza. Que restes feia, impura e burra. Venha servir-me a mesa. Porque na minha história, eu te faço servil. Sem tua coroa, teus perfumes e teu canto. Aqui és humana, quase bicho. Te cuspo na cara. Deixe que a saliva minha te perverta os sentidos. Assim como fizeste outrora comigo. Matando-me no gozo do teu veneno letal. Faço amor na tua frente. Platéia burra, demente! Ouça meus gemidos de prazer, veja meus olhos revirados, meus seios endurecidos. Tudo aquilo que foi teu, energúmena. Quanto eu era coberta pelo véu de poesia pura. Hoje eu quero sujar cada pedaço branco. Marcar em cicatrizes, bem na tua fuça, todo o meu pranto. Quero que sigas marcada. Que te olhem e gritem : "Olha a puta ingrata! Já foi rainha e até beata, hoje come com os porcos e faz amor com as próprias unhas. Imunda!"

7 comentários:

poeta quebrado disse...

a respeito de que, tayná?

Unknown disse...

Amada Lua...
esse quarto que te encontro ,nesse eco que faço ouvi-la suas paravras histericas.Maltratando-te lentamente. Linda, és tão pura de beleza que nem Afrodite chega as seus pés.Os Deuses deram-te uma graça que é escassa,não jogues fora.
Amada minha.

boa noite=)

Salve Jorge disse...

Já me disseram que quem foi rei, nunca perde a magestade
Já me disseram que os primeiros amores ficam marcados
Já me disseram que quem já foi princesa, acostumou na fantasia
Já me disseram tanta coisa
Algumas que nem queria ouvir
Outras tantas, que quando percebi, lembrei de já as ter ouvido
Só sei que nada sei, diria meu filósofo predileto
Sei tanto quanto ele
Sei de você
Sei que olhas o abismo
Enquanto ele está à sua mercê
Quando talvez não haja mais nada a se dizer
É que se diga o que de mais bonito possa haver...

Salve Jorge disse...

Ô sanha
QUe me assanha
Façanha
Tens a manha
Insana
Que emana
Nessa região altiplana
A trama
Frama
Clama
E ama
Então venhas
Pois estou de trás da torta
Da qual só nós temos a senha...

Patrícia Lino disse...

Sois vós; Sois vós.

Amo-te.

Marcos Angeli disse...

a cidade acordou pixada
pixada acordou tua blusa
mas ninguem sabia ler
a poesia foi esquecida
foi dormir com culpa
por saber escrever

Salve Jorge disse...

Me repito
É fato..
É a falta do contato
De ter-te no prato
De ouvir seu relato
Encantar-me com teu retrato
E dar-te um trato
É.. é fato..
Contorce meu discurso
Alheia-me do percurso
Dos teus traços
De seus amassos
De seus pontos crassos
Do aconchego de teus braços
Ah, braços..
É.. é fato..
O embaraço..
Saudoso..
Tormetosa saudade que invade
Com alarde.. sinuosidade.. iniqüidade...
Maldade..
O que fazes
Caminhando distante de minhas passagens
E tudo com esse gosto de serragem
Essa perspectiva à margem
Uma certa defazagem
Quando retornar da viagem
Voe por cá..